O doutorando Kaique Alves, do programa de Pós-Graduação em Fitopatologia da UFV, foi um dos cinco pesquisadores agraciados no I. E. Melhus Symposium, evento anual que faz parte da programação do congresso da American Phytopathological Society (APS). O encontro, Plant Health 2022, aconteceu entre os dias 6 e 10 de agosto, em Pittsburgh, Pensilvânia. Kaíque foi premiado pelo trabalho “Linking plant diseases to climate and weather in the age of digital data: Case Studies on Soybean Rust and White Mold”, que reúne resultados colhidos por ele em pesquisas realizadas em Viçosa, por orientação do professor Emerson Del Ponte, e na Cornell University (no estado de Nova York), onde é orientado pela professora Sarah Pethybridge.
Saiba mais sobre a pesquisa de Kaique aqui.
Para ele, um dos maiores méritos do trabalho realizado nestes anos de doutorado está na visão inovadora a respeito dos temas desenvolvidos. “Os trabalhos abordam temas que são muito relevantes para epidemiologia atualmente, e sempre utilizando técnicas e métodos bem novos na área. Acredito que é importante para o evento a oportunidade de mostrar esse tipo de novidade para o grande público”, avalia. “O fato de eu ter ido para o laboratório do professor Emerson (Laboratório de Epidemiologia), eu acredito, foi o grande diferencial para eu ter chegado onde cheguei. Não só pela mentoria na parte de epidemiologia, mas também por a gente estar sempre buscando aprender as coisas que são tendência na ciência, como por exemplo a parte de reprodutibilidade, de data science, de programação, e sempre utilizando novos métodos, não só de epidemiologia, mas também de computação.”
O professor Emerson também destaca o caráter inovador dos trabalhos. “Ser agraciado no simpósio Melhus é uma grande honraria para um estudante de doutorado em fitopatologia. No caso do Kaique, significou o reconhecimento de um trabalho que tem elementos inovadores em estudos de avaliação de risco de doenças de plantas.” Para Emerson, os resultados encontrados por Kaique contribuirão de forma ativa com os trabalhos realizados daqui para frente. “Além das técnicas de reanálise de dados meteorológicos disponibilizados gratuitamente em bases de dados globais, bem como de aprendizagem de máquina para geração de modelos mais acurados, os estudos contribuem com novas informações de utilidade para a tomada de decisão no manejo de doenças de plantas.”
O reconhecimento, segundo Kaique, também abre portas para o próprio pesquisador, que já vislumbra a possibilidade de seguir os estudos fora do Brasil. “A premiação foi uma experiência fora de série. Depois que acabou a apresentação (feita por ele para a plateia reunida em Pittsburgh), muitas pessoas vieram fazer perguntas sobre machine learning, querendo saber dos meus planos, apresentando oportunidades de pós-doc. Tenho certeza de que novas oportunidades virão a partir desta premiação, e já sinto na prática essas portas se abrindo.” A expectativa de Kaique é defender sua tese até dezembro de 2022.
PPG reconhecido
A escolha dos premiados é feita por um comitê, a partir das inscrições apresentadas por pesquisadores de todo o mundo. Eles são convidados a enviar uma proposta com até cinco páginas apresentando sua pesquisa, os resultados obtidos e relacionando a importância do trabalho com o tema central do evento, que este ano foi “Quantitative approaches to crop loss assessment and disease risk in a changing environment”. Entre os cinco premiados de 2022, há mais um brasileiro, Wanderson Bucker Moraes. Ele é atualmente pesquisador pós-doc da The Ohio State University, e cursou seu mestrado em Viçosa, pelo PPG Fitopatologia, orientado pelo professor Luiz Antônio Maffia. Em 2020, a então doutoranda Maíra Rodrigues Duffeck, também orientada pelo professor Emerson, foi a primeira estudante vinculada a um curso no Brasil agraciada com o prêmio.