1 Relevância da doença
Doença constatada pela primeira vez no Estado de São Paulo há mais de 85 anos, hoje é encontrada em todas as áreas de produção do figo. Causa perdas severas devidas à desfolhação quase total das plantas, principalmente onde não se faz o controle do patógeno e sob condições favoráveis ao seu desenvolvimento.
2 Agente etiológico
Cerotelium fici (Castagne) Arthur, Bulletin of the Torrey Botanical Club 44: 509 (1917) [MB#100242]
Fungi, Basidiomycota, Pucciniomycotina, Pucciniomycetes, Pucciniales, Phakopsoraceae, Cerotelium.
2.1 Sinônimos
1. Malupa fici (Castagne) Buriticá, Revista del Instituto de Ciencias Naturales y Ecología 5 (2): 175 (1994) [MB#442844]
2. Physopella fici (Castagne) Arthur, Resultats Scientifiques du Congres International de Botanique Vienne 1905: 338 (1906) [MB#416519]
3. Uredo fici Castagne, Plant Crypt. De France: no. 1662 (1848) [MB#201755]
3 Hospedeiros
Ficus sp.; Ficus carica (Figueira)
Broussonetia (Amoreira de papel)
Chlorophora (Amora silvestre)
Maclura (Taúba)
Morus (Amoreira)
4 Distribuição
Presente em regiões tropicais e subtropicais. Brasil: em todas as regiões produtoras de figo.
5 Características
5.1 Sintomas
A ferrugem manifesta-se primeiramente sobre as folhas, na forma de pequenas manchas angulosas de cor verde-amarelada. Posteriormente, essas manchas tornam-se maiores e de coloração parda. Na superfície inferior das folhas, na região correspondente às manchas, é observada a presença de pústulas que, ao abrirem-se, expõem uredósporos ferruginosos e pulverulentos, folhas severamente afetadas amarelecem, secam e caem prematuramente. Quando a infecção ocorre em estádios iniciais do desenvolvimento vegetativo da planta, pode-se ter ausência total da frutificação. Freqüentemente, as folhas mais velhas são afetadas em primeiro lugar e, em poucos dias (20-30), toda a folhagem pode ficar coberta de pústulas. Quando a figueira é afetada no estádio de frutificação, mesmo que a doença não ocorra de forma tão severa, pode haver uma diminuição no processo de maturação dos frutos, acarretando redução do seu valor comercial. Quando a pluviosidade é muito elevada, a ferrugem pode ocasionar desfolha completa da árvore em 20 a 30 dias.
5.2 Morfologia do fungo
Raramente se encontram Télias, sendo descritas apenas duas vezes. Pícnio e aécio desconhecidos. Uredos espalhados ou em grupos. Apresenta abertura no centro, paráfises quase impercetíveis, uredósporos globosos, elipsóides ou ovóides, às vezes irregulares e angulares, de parede hialina e equinulada.
6 Controle
6.1 Recomendações de controle não químico para a doença:
Durante o período de repouso vegetativo, devem retirar-se do campo e queimar todos restos contaminados, tanto do solo quanto as folhas infectadas remanescentes na planta. Não há referências sobre variedades resistentes.
6.2 Recomendações de controle químico:
Durante o período vegetativo, desde a brotação até a maduração dos frutos, fazer pulverizações com fungicidas protetores, aplicadas a cada 10-15 dias.
7 Referências importantes
http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons
http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/ferrugem-da-figueira_1575.html
http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000067&Rec=117177&Fields=All)
8 Agradecimentos
Ao professor Robert W. Barreto, por disponibilizar os materiais para identificação. À Danilo Pinho pela orientação durante a realização do trabalho.
9 Citação
FREITAS, L. D. Figueira: Ferrugem da figueira. 2015.
- Urédia com tecido rompido e uredósporos
- Uredósporo equinulado
- Urédia e uredósporos
- Folha infectada parte superior
- Folha infectada parte inferior