Mancha ocular
Relevância da doença
A mancha ocular ocorre em pequena escala na maioria dos invernos chuvosos, mas quando surge pode dizimar áreas extensas dos canaviais suscetíveis, principalmente em bolsões onde se acumula ar frio e neblina.
Etiologia
Agente etiológico
Bipolaris sacchari (E.J. Butler) Shoemaker, Canadian Journal of Botany 37 (5): 884 (1959) [MB#293698]
Reino Fungi, Filo Ascomycota, Classe Dothideomycetes, Subclasse Pleosporomycetidae, Ordem Pleosporales, Família Pleosporaceae, Gênero Bipolaris, Espécie Bipolaris sacchari
Sinônimos
=Helminthosporium sacchari E.J. Butler, Memoirs of the Dept. Agric. India, Bot. Ser. 6: 207 (1913)
=Drechslera sacchari (E.J. Butler) Subram. & B.L. Jain, Curr. Sci. 35: 354 (1966)
=Cercospora sacchari Breda de Haan, Mededeelingen van het Proefstation voor Suikerriet in West-Java 33: 15 (1892)
=Bipolaris sacchari (Breda de Haan) Subram., Hyphomycetes (New Delhi): 769 (1971)
Hospedeiros
Saccharum officinarum e também já houve relato causando doenças em Pennisetum purpureum (capim elefante) e Cymbopogon citratus (capim-limão).
Distribuição
Difundido em regiões tropicais e subtropicais (CMI Mapa 349, 2ª ed. 1968). No Brasil, a doença é mais frequente no Estado de Santa Catarina, vale do Rio Itajaí, na região norte do Paraná e, apenas ocasionalmente, no Estado de São Paulo.
Características
Sintomatologia
O sintoma mais típico da doença manifesta-se nas folhas, na forma de numerosas manchas arredondadas a elípticas, o que evidencia morte do tecido vegetal. Essas manchas são, inicialmente, pardas e, mais tarde, tornam-se marrom-avermelhadas. O tamanho das lesões varia de 0,5 a três centímetros. Em variedades muito suscetíveis podem aparecer estrias de até 60 centímetros, que são devido a uma toxina produzida pelo fungo.
Em condições favoráveis o ataque pode se estender ás folhas novas do ponteiro e atingir o meristema apical, causando a morte do colmo imaturo. O fungo também pode causar a queda da germinação.
Morfologia do fungo
Em lesões maduras os conídios são produzidos em conidióforos que emergem isolados ou em pequenos fascículos. Estes são longos, até 200 µm de comprimento, levemente pigmentados, septados e produzem vários conídios na extremidade distal. Os conídios são longos, cilíndricos ou de forma estreitamente elipsoidal, ligeiramente curvos, pigmentados e com 3 a 10 septos.
Material Herborizado
Vic
Cultura depositada
Coad
Manejo da doença
O método mais prático de controle é o uso de variedades resistentes nos locais onde a doença aparece sistematicamente todos os anos. Deve se evitar o excesso de nitrogênio na adubação e o plantio de variedades suscetíveis nas margens de lagos, rios e baixadas onde o ar frio e a neblina acumulam-se nos meses de inverno. A aplicação de vinhoto nas áreas de reformas de canaviais pode favorecer o patógeno.
Referências
Ageitec: Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_81_22122006154841.html. Acesso em 28/06/2015
JOKESHI, H. Doenças da cana-de-açúcar. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A.; REZENDE. Manual de Fitopatologia: volume 2: Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: CERES, 1997.
Mycobank. Disponível em http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000063&Rec=14276&Fields=All. Acesso em 28/06/2015
Species Fungorum. Disponível em http://www.speciesfungorum.org/GSD/GSDspecies.asp?RecordID=293698. Acesso em 28/06/2015.
Citação
Freitas, G. R. Cana-de-açúcar: Mancha ocular. Atualizado 01/07/2015
Agradecimentos
Aos amigos da turma de mestrado em Fitopatologia por todo o companheirismo, ao professor Robert Barreto pelos ensinamentos e ao orientador Davi Mesquita de Macedo por todo auxílio.