Mancha parda
Relevância da doença
A mancha parda é uma das doenças de maior ocorrência no Brasil, sendo muito severa quando folhas bem novas são infectadas e destruídas precocemente. Nessas situações, devido à redução da área fotossintética foliar, há um decréscimo no teor de sacarose do colmo. A doença pode ser observada ao longo do ano, mas é mais pronunciada após chuvas pesadas combinadas com alta umidade e temperaturas amenas.
Etiologia
Agente etiológico
Cercospora longipes E.J. Butler, Memoirs of the Department of Agriculture India 1 (5): 41 (1906) [MB#160588]
Reino Fungi, Filo Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Dothideomycetes, Subclasse Dothideomycetidae, Ordem Capnodiales, Família Mycosphaerellaceae, Gênero Cercospora, Espécie Cercospora longipes
Sinônimos
Não há nomes sinônimos.
Hospedeiros
Folhas de Saccharum officinarum L. e S. spontaneum L. (Gramineae)
Distribuição
O patógeno é comum e amplamente distribuído, podendo ser relatado em diversos países como: Argentina, Brasil, Colômbia, Congo, Cuba, Índia, Jamaica, Java, Quénia, Madagáscar, Malawi, Maurícias, México, Nepal, Nova Guiné, Nicarágua, Nysaland, Peru, Filipinas, Porto Rico, Reunion, Sri Lanka, África do Sul, Tanganyika, Tanzânia, Taiwan, Uganda, EUA, Venezuela, Zâmbia, Zimbabwe (Rodésia).
Características
Sintomatologia
Os sintomas típicos da doença ocorrem nas folhas maduras na forma de lesões elípticas a fusóides, marrom-avermelhadas e arredondadas, tanto na superfície superior, como na inferior. No geral as manchas possuem halos cloróticos em seu contorno de diâmetro bastante variado, às vezes, maior que o próprio diâmetro da lesão. O tamanho da lesão varia de 5 a 13 mm de comprimento e 1 a 3 mm de largura. Quando em grande número provoca a morte prematura das folhas.
Morfologia do fungo
O patógeno produz conidióforos em fascículo, compactos ou divergentes, emergentes dos estômatos e de coloração marrom médio a marrom escuro. Além disso são lisos, multiseptados, simples ou raramente ramificados, com tamanho variando de 40-280 x 4-7 µm e apresenta cicatrizes de conídios visivelmente espessadas. Os conídios são hialinos, obclavados, e quase cilíndricos, retos ou ligeiramente curvos com 1 a 9 septos, com tamanho variando de 35-120 x 4-7 µm e hilo visivelmente espessado.
Material Herborizado
Vic
Cultura depositada
Coad
Manejo da doença
O fungo produz estruturas de reprodução em ambas as superfícies da folha, tendo a disseminação dos esporos sendo feita pelo vento ou pela chuva. Restos de folhas infectadas podem disseminar a doença para outros canaviais, sendo, portanto, a forma de controle mais adequada através do uso de variedades resistentes.
Referências importantes
Ageitec: Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_79_22122006154841.html Acesso em 29/06/2015
JOKESHI, H. Doenças da cana-de-açúcar. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A.; REZENDE. Manual de Fitopatologia: volume 2: Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: CERES, 1997.
Mycobank. Disponível em http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000063&Rec=10039&Fields=All. Acesso em 29/06/2015
SEGATO, S. V.; PINTO, A. S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J. C. M. (Organizadores). Atualização em produção em cana-de-açúcar. Piracicaba: CP, 2006. 415 p.
Species Fungorum. Disponível em http://www.speciesfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=160588. Acesso em 29/06/2015.
Citação
Freitas, G. R. Cana-de-açúcar: Mancha parda. Atualizado em 01/07/2015.
Agradecimentos
Aos amigos da turma de mestrado em Fitopatologia por todo o companheirismo, ao professor Robert Barreto pelos ensinamentos e ao orientador Davi Mesquita de Macedo por todo auxílio.