Antracnose

Relevância da doença

O fungo Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. et Sacc., agente causal da antracnose do alho, tem como teleomorfo (fase sexuada) Glomerella cingulata (Stoneman) Spauld. Et H. Schrenk. Esta doença é capaz de provocar severas perdas na cultura do alho. Os sintomas mais comuns observados no campo são o retorcido, curvado e clorose das folhas. A doença tem distribuição mundial, porém os maiores danos ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais; quase todas as regiões produtoras de alho do Brasil são afetadas pela doença.

Etiologia

Agente etiológico

Colletotrichum gloeosporioides (Penz.)

Classificação

Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Sordariomycetes
Subclasse: Sordariomycetidae
Ordem: Glomerellales
Família: Glomerellaceae
Gênero: Colletotrichum

Sinônimos

Fase teleomórfica corresponde a Glomerella cingulata (Stoneman) Spauld. & H. Schrenk, Science New York 17: 751 (1903)
Vermicularia gloeosporioides Penz., Michelia 2 (8): 450 (1882)
Gloeosporium epicarpi Thüm.
Gloeosporium fructigenum f. americana Krüger
Gloeosporium fructigenum f. germanica Krüger
Phyllosticta asclepiadearum Westend., Bulletin de l’Académie Royale des Sciences de Belgique Classe des Sciences 18 (2): 398 (1851)
Gloeosporium fructigenum Berk., Gardeners’ Chronicle 1856: 245 (1856)
Gloeosporium affine Sacc., Michelia 1 (2): 129 (1878)
Phyllosticta araliae Ellis & Everh., Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 46: 355 (1894)
Gloeosporium anthurii Allesch., Hedwigia 34: 218 (1895)
Ramularia arisaematis Ellis & Dearn., Proceedings of the Royal Canadian Institute 1: 90 (1897)
Gloeosporium mangiferae Henn., Verhandlungen des Botanischen Vereins der Provinz Brandenburg 40: 171 (1898)
Gloeosporium olivarum J.V. Almeida, Bull. Soc. mycol. Fr.: 94 (1899)
Gloeosporium begoniae Magnaghi, Atti Reale Ist. Bot. Univ. Pavia: 11 (1902)
Colletotrichum dracaenae Allesch., Rabenhorst’s Kryptogamen-Flora, Pilze – Fungi Imperfecti 1(7): 560 (1902)
Gloeosporium alborubrum Petch, Annals of the Royal Botanic Gardens Peradeniya 3 (1): 8 (1906)
Gloeosporium limetticola R.E. Clausen, Phytopathology 2: 231 (1912)
Colletotrichum chardonianum Nolla, Journal of the Department of Agriculture of Porto Rico 10: 247 (1926)
Gloeosporium fructigenum f. hollandica H.R.A. Muller, Meded. Landbouwhogeschool Wageningen (1926)
Colletotrichum tabacum Böning (1932)
Colletotrichum tabaci Böning: 89 (1932)
Protocoronospora phoradendri Darling, Madroño 5 (8): 242 (1940) [MB#289983]
Colletotrichum derridis Hoof, Bulletin du Jardin Botanique de Buitenzorg 18: 473 (1950)

Hospedeiros

Colletotrichum gloeosporioides é um patógeno onívoro, com um amplo círculo de hospedeiros e, além de atacar praticamente todas as variedades comerciais de alho, ataca também diversas ervas daninhas, vegetais, trevo e alfafa, entre outros.

Distribuição

A doença tem distribuição mundial, porém os maiores danos ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais; quase todas as regiões produtoras de alho do Brasil são afetadas pela doença.

Características

Sintomas

Os sintomas típicos da doença são o recurvado e o enrolamento das folhas.
Ataques severos da doença podem provocar perdas entre 50-100% dos rendimentos em campo.
FOLHAS: Retorcido, curvado e clorose das folhas. Ocasionalmente podem ocorrer lesões ovais e deprimidas na bainha ou na lâmina foliar, nas quais pode ou não aparecer acérvulos com massa rosácea de conídios.
BULBOS: Os bulbos apresentam-se delgados e podem apodrecer durante o amadurecimento antes da colheita.
RAIZ: As raízes atrofiam-se, provocando a morte das plantas.

Morfologia do fungo

Lesões nas folhas e pecíolos, inicialmente em pequenos manchas circulares marrons, às vezes com uma margem amarela, tornando-se posteriormente grande circular, elíptica a irregulares, manchas marrons com pontos marrons rosadas ou escuras distribuídas aleatoriamente, às vezes em círculos concêntricos, em pecíolos aparecem como afundado áreas elípticas. Conidioma acervular, amphigenous, principalmente epiphyllous, subepidermal. Setas muitas vezes presente no acervulo, formam fascículos densas e tendo conídios enteroblasticos apical. Células conidiógenas discretos, enteroblastic, fialídico, hialina, lisas. Conídios viscoso, formado isoladamente, cilíndrico, (10-) 15-20 (-25) x (3-) 4-6 mm, ápice obtuso, asseptados, hialina, lisa, formando septo antes da germinação. Appressoria com margem inteira ou às vezes um pouco irregular lobate, ovaladas, globosa ou ampulliforme, marrom ao marrom médio, 8-12 x 6-9.

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Referências importantes

http://mycobank.org

Embrapa- Disponível: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br, acessado 14/06/2015

http://nt.arsgrin.gov/fungaldatabases/fungushost/FungusHost.cfm

MAPA (Agrofit)- Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 30 jun. 2015.

Agradecimentos

Aos amigos da turma de mestrado pelas contribuições durante o desenvolvimento do trabalho, aos amigos e funcionários do Departamento de Fitopatologia pelo auxílio, aos funcionários da clinica de doenças de plantas (UFV), ao professor Robert pelo aprendizado e ao Janaina Lana pela orientação durante o desenvolvimento do trabalho.

Controle

Recomendações de controle não químico para a doença

RESISTÊNCIA VARIETAL: Não há referências sobre a existência de algum tipo de resistência ou tolerância a C. gloeosporioides.
PRÁTICAS CULTURAIS: Devido ao amplo círculo de hospedeiros e à capacidade saprobiótica do fungo é muito importante retirar os restos de cultura do campo e queimá-los ou enterrá-los; deve-se praticar rotação de culturas; usar sementes limpas, sadias e adequadamente tratadas; plantar em solos bem drenados, evitando o adensamento de plantas, e irrigar apenas quando necessário para evitar o excesso de umidade.

Recomendações de controle químico

CONTROLE QUÍMICO: O controle químico deve começar pelo tratamento das sementes com fungicidas sistêmicos e continuar com pulverizações no campo usando fungicidas protetores ou sistêmicos.