Doença fúngica
Seca dos Ramos em Berinjela, Podridão-de-Ascochyta
Relevância da doença
Doença comum principalmente no período mais fresco do ano, quando pode destruir toda uma plantação, a partir do estádio de frutificação.
Etiologia
Esta é uma doença cuja etiologia ainda não está bem definida, sendo que alguns autores consideram como agente causal a Ascochyta boltshauseri Sacc. (Schw.). Segundo Schwarzt (1991), essa doença na realidade é causada por Phoma exigua var. exigua Desm. (sin. Ascochyta phaseolorum Sacc.).
Agente etiológico
Ascochyta phaseolorum Sacc., Michelia 1 (2): 164 (1878) [MB#154021]
Reino Fungi, Filo Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Dothideomycetes, Subclasse Pleosporomycetidae, Ordem Pleosporales, Gênero Ascochyta, Espécie Ascochyta phaseolorum
Sinônimos
Phoma exigua var. exigua [MB#417019]
Sphaeria digitalis Fuckel, Hedwigia 3 (11): 162, Fung. Rhen. no 851 (1864) [MB#479414]
Phyllosticta alismatis Sacc. & Speg., Michelia 1 (2): 144 (1878) [MB#151704]
Phoma solanicola Prill. & Delacr., Bulletin de la Société Mycologique de France 6: 178-181 (1890) [MB#153247]
Phoma tuberosa Melhus, Rosenbaum & E.S. Schultz, Journal of Agricultural Research 7: 251 (1916) [MB#228334]
Ascochyta hydrangeae M.A. Arnaud & G. Arnaud, Rev. Pathol. Veg. Ent. Agric.: 56 (1924) [MB#267487]
Phyllosticta gemmipara Zondag, Tijdschrift over Plantenziekten 35: 106 (1929) [MB#228659]
Hospedeiros
Berinjela (Solanum melongena L.)
Pimentão, jiló, tomate, feijão, algodão e feijão-vagem são as principais hospedeiras desse patógeno. Mas o fungo também pode ser encontrado infectando outras espécies de leguminosas e algumas plantas nativas dos gêneros Asclepias, Datura, Ipomoea, Lantana, Physalis, Sida e Solanum.
Distribuição
Este patógeno tem maior importância em regiões frias e úmidas; encontra-se distribuído no Continente Americano, Europa Ocidental, leste da África e Austrália. No Brasil, na cultura da berinjela, tem sido observado com frequência nas plantações localizadas no estado de São Paulo, principalmente nos períodos mais frescos do ano.
Sintomatologia
O fungo pode infectar qualquer órgão da planta, entretanto ocorre com maior incidência nas hastes.
HASTE: O fungo provoca a formação de manchas marrons a negras, que posteriormente circundam o caule, causando murcha e seca da parte acima da infecção. No interior das lesões observam-se vários pontos escuros, que correspondem aos picnídios do fungo. Quando a doença afeta a região do colo, toda a planta pode murchar e secar.
FRUTOS: A infecção geralmente ocorre na região peduncular, próximo às sépalas, causando necrose, enrugamento e seca do fruto.
FOLHAS: Observa-se a formação de manchas necróticas, às vezes, com presença de círculos concêntricos. Seus sintomas podem ser confundidos com os geralmente causados por Alternaria.
Características do fungo
Picnídio imerso, esférico a subgloboso ou deprimido, amarelo cor de mel, 60-220 µm de diâmetro, parede com até 3 células de espessura, pseudoparenquimatosa, mais escura perto do ostíolo circular, ligeiramente protundente com 10-20 µm de diâmetro até 60 µm. Célula conidiogênica hialina, unicelular, fiálide cilíndrica ou globosa, 9 x 4-7 µm. Conídio reto a levemente recurvado em uma das pontas, hialino, com 1 septo e ápice arredondado ou achatado, base arredondada ou truncada, 13-16.5 x 3,5-5 µm.
Manejo da doença
PRÁTICAS CULTURAIS: O produtor deve utilizar sementes sadias, de boa qualidade e quimicamente tratadas com fungicidas apropriados. Recomenda-se também o aumento do espaço de semeadura na linha e nas entrelinhas, a destruição dos restos culturais e a eliminação das plantas doentes presentes na plantação e rotação com gramíneas.
CONTROLE QUÍMICO: Tratamento foliar com os fungicidas à base de Benomyl, Carbendazin e Clorotalonil pode auxiliar na redução da pressão do patógeno no campo e das perdas nos rendimentos.
Referências
MycoBank – http://mycobank.org
Agrofit (MAPA) – Disponível em http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons, consulta em 26/06/2015
Index Fungorum – http://www.indexfungorum.org/
Kimati, H., Amorim, L., Rezende, J.A.M., Bergamin Filho, A., Camargo, L.E.A., Manual de Fitopatologia, volume 2, doenças das plantas cultivadas 4° ed., cap. 65, pág. 593, São Paulo: Agronômicas Ceres, 2005.