Míldio das cucurbitáceas
Relevância da doença
Esta doença está constantemente associada à cultivos de pepino, principalmente nas regiões de clima temperado e sub-tropicais. Porém sua presença só terá consequências negativas à cultura quando a produção ocorrer em regiões de clima úmido e temperaturas amenas. A presença de um filme de água sobre as folhas também favorece à infecção. Quando as condições climáticas forem acentuadas e as medidas de controle forem incipicentes, esta doença irá causar severas perdas. No Brasil, as perdas são mais acentuadas em cultivos na região Sul e Sudeste, onde as condições são mais favoráveis à ocorrência da doença.
Etiologia
Pseudoperonospora cubensis (Berk. & M.A. Curtis) Rostovzev
Reino Straminipila, Filo Oomycota, Classe Oomycetes, Ordem Peronosporales, Família Peronosporaceae, Gênero Pseudoperonospora.
Sinônimos
Peronospora cubensis Berk. & M.A. Curtis
Peronoplasmopara cubensis (Berk. & M.A. Curtis) G.P. Clinton
Peronoplasmopara cubense (Berk. & M.A. Curtis) G.P. Clinton (1905)
Plasmopara cubensis (Berk. & M.A. Curtis) C.J. Humphrey
Plasmopara cubensis var. cubensis
Plasmopara cubensis var. tweriensis (Rostovzev) Sacc. & D. Sacc.
Hospedeiros
Ataca principalmente espécies cultivadas de Cucumis (pepino, melão), Cucurbita (abóbora, abóbora) e Citrullus (melancia). Tem ocorrência menos frequente em aproximadamente 40 espécies silvestres e cultivadas de 18 outros gêneros, como Benincasa, Lagenaria, Luffa, Momordica, Trichosanthes (Mycobank).
Distribuição
Possui uma ampla distribuição geográfica e já foi relatado em países de clima semiárido à tropical. Há relatos desta doença ameaçando a produção de pepino em cerca de 80 países.
Características
Sintomas
Os sintomas são verificados na parte abaxial das folhas com o aparecimentos de pequenas lesões cloróticas encharcadas, de formato angular. As manchas são primeiramente delimitadas pelas nervuras, e nestas regiões se observa a formação de frutificações do patógeno (esporangióforos e esporângios). Com o avanço do estágio da doença as áreas cloróticas adquirem coloração amarronzada e depois tornam-se necróticas.
Morfologia do fungo
Este patógeno é um parasita obrigatório, apresenta micélio hialino, cenocítico e intercelular. As hifas apresentam 5,5-7 µm de diâmetro. Os esporangióforos têm 180-400 (micra) de comprimento, 5-7 µm de largura, o mesmo é dicotomicamente ramificado em seu terço superior, emergem em grupos de 1-5 diretamente dos estômatos. Os esporângios são produzidos individualmente sob os esporangióforos. Os esporângios são ovóides à elipsóides, apresentando uma parede fina e uma papila na extremidade distal. Os mesmos medem 20-40 x 14-25 µm.
A disseminação dos esporângios irá ocorrer principalmente pelo impacto de respingos de chuva sobre as frutificações, e também pela ação do vento. Na presença de água livre sobre a folha os esporângios irão germinar diretamente, ou então produzir zoósporos.
Manejo da doença
Evitar plantios em locais sujeitos a alta umidade, utilizar variedades ou híbridos resistentes, pulverizar com fungicidas protetores (mancozeb, chlorothalonil) ou com sistêmicos. Porém, muitos fungicidas têm sua eficácia reduzida em cultivares muito suscetíveis.
Material herborizado
VIC
Cultura depositada
COAD
Agradecimentos
Aos colegas de mestrado por todo o auxílio prestado na coleta de material, realização das lâminas e na obtenção das fotos. Ao orientador e padrinho deste trabalho, Danilo Pinho. Ao professor Robert Barreto pela iniciativa da realização deste trabalho e pelos conselhos. Ao professor Emerson Medeiros Del Ponte por desenvolver o website.
Referências importantes
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Citação
DUFFECK, M.R. Míldio das Cucurbitáceas (Pseudoperonospora cubensis). Atualizado em 01/07/2015.