Cercosporiose ou Mancha-de-Cercospora
Relevância da doença
O fungo causador da cercosporiose provoca perdas econômicas significativas para a cultura do pimentão. Esta doença é considerada secundária, embora possa causar desfolha e enfraquecimento das plantas em condições favoráveis ao desenvolvimento da mesma. Manchas necróticas nas folhas também são observadas como sintomas da doença. A doença é considerada mais severa para a cultura do pimentão, nas épocas de alta umidade e calor.
Etiologia
Agente etiológico
Cercospora melongenae Welles (1922) [MB#270921]
Classe: Dothideomycetes
Ordem: Capnodiales
Família: Mycosphaerellaceae
Sinônimos
Obrigatórios:
Cercosporina melongenae (Welles) Hara, J. agric. Soc. Japan: 46 (1928) [MB#253277]
Facultativos:
Cercospora abchasica Siemaszko, Izv. Kavkazsk. Muz. (Tiflis): 26 (1919) [MB#198686]
Cercospora atropae Kwashn., Izv. Severo-Kavkazsk. Kraev. Stantsii Zashch. Rast.: 37 (1928) [MB#257752]
Cercospora capsici Heald & F.A. Wolf, Mycologia 3 (1): 15 (1911) [MB#259712]
Cercospora nicotianae Ellis & Everh., Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 45: 170 (1893) [MB#155078]
Cercospora petuniae Sandu & Serea, Lucr. ªti. Inst. Agron.: 94 (1962) [MB#491013]
Cercospora petuniae A.S. Mull. & Chupp, Arquivos do Instituto de Biologia Vegetal do Rio de Janeiro 3 (1): 96 (1936) [MB#253924]
Cercospora petuniae var. brevipedicellata Chidd., Indian Phytopathol.: 120 (1960) [MB#349162]
Cercospora physalicola Ellis & Barthol. (1896) [MB#174716]
Cercospora physalidicola Ellis & Barthol., Erythea 4: 28 (1896) [MB#534812]
Cercospora physalidicola Speg., Anales del Museo Nacional de Historia Natural Buenos Aires 6: 342 (1899) [MB#175237]
Cercospora physalidis Ellis, The American Naturalist 16: 810 (1882) [MB#175054]
Cercospora raciborskii Sacc. & P. Syd., Sylloge Fungorum 16: 1070 (1902) [MB#207168]
Cercospora solanicola G.F. Atk., Journal of the Elisha Mitchell Scientific Society 8 (2): 53 (1892) [MB#154235]
Cercosporina abchazica (Sacc.) Sacc. [MB#145744]
Cercosporina daturicola Speg., Anales del Museo Nacional de Historia Natural Buenos Aires 20 (13): 425 (1910) [MB#245648]
Cercosporina petuniae Saito, Trans. Tottori Soc. Agric. Sci.: 271 (1931) [MB#253925]
Cercosporina physalidicola Speg., Anales del Museo Nacional de Historia Natural Buenos Aires 20 (13): 426 (1910) [MB#193257]
Hospedeiros
Capsicum annuum L. (pimentão)
Cercospora melongenae é um patógeno específico das solanáceas, além de atacar a cultura do pimentão, existem registros de ataques sobre Solanum melongenae e Solanum nigrum.
Distribuição
A cercosporiose do pimentão tem ampla distribuição mundial. Existem registros de sua incidência na África do Sul, México, China, Japão, Birmânia, Estados Unidos, Fidji, Filipinas, Ilhas Maurício, Índia, Malaui, Nigéria, Serra Leoa, Somália, Sudão, Taiwan, Zâmbia entre outros. No Brasil, existem registros de incidência apenas no estado de São Paulo, mas acredita-se que esteja presente em outras regiões do país onde se cultiva o pimentão.
Características
Sintomas
O sintoma típico da doença são as manchas foliares circulares, amarronzadas e com o centro acinzentado, em cuja superfície formam-se frutificações do patógeno, as quais são observadas como pequenos pontos escuros, recobertos de filamentos esbranquiçados, que são os conídios.
Morfologia do fungo
Corpo de frutificação anfígeno mais abundante na superfície inferior; estromas em sua maioria com apenas algumas células marrom-escuras; conidióforos em fascículos de 3-12; pálido médio a castanho escuro, um pouco mais pálido e mais estreito em direção à ponta, com septos moderados, não ramificado, geniculação variável, ondulado ou geniculado da base para a ponta, os mais curtos em algumas coleções têm 0-2 geniculações abruptas, grande cicatriz arredondada a subtruncada, 4-6.5 x 20-150 µm, algumas coleções não mostram mais do que 60 µm; conídio hialino, acicular, reto para suavemente curvo, indistintamente multiseptado, base truncada, ponta aguda, 2,5-5 x 40-l20 µm.
Controle
Atualmente não existem variedades ou cultivares de pimentão resistente à Cercosporiose.
Recomendações de controle não químico para a doença:
Restos da cultura do pimentão devem ser retirados das lavouras e queimados a fim de reduzir o potencial de inóculo do patógeno.
Recomendações de controle químico:
Embora seja pouco provável que exista a transmissão do patógeno pela semente, é recomendado, tratá-la com fungicidas protetores para garantir a ausência deste ou qualquer outro patógeno. O uso de fungicidas protetores proporciona uma boa proteção da lavoura. Há alguns produtos registrados para o controle da doença no pimentão. Atualmente existem registrados 5 produtos no Ministério da Agricultura que podem ser utilizados nos programas de controle da doença de acordo com o site do Agrofit (http://agrofit.agricultura.gov.br).
Imagens para diagnose
Referências importantes
Index Fungorum. Disponível em: www.indexfungorum.org. Acesso em 25 de junho de 2015.
Kimati, H., Amorim, L., Rezende, J.A.M., Bergamin Filho, A., Camargo, L.E.A. (Eds.) Manual de Fitopatologia. Vol. 2. Doenças das Plantas Cultivadas. 4ª. Ed. São Paulo SP. Ceres. 2005.
MAPA (Agrofit) – Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br. Acesso em 25 de junho de 2015.
MycoBank. Disponível em: http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000063&Rec=10596&Fields=All. Acesso em 25 de junho de 2015.
Welles, C.G. Cercospora leaf spot of egg plant. Phytopathology. 12(2):61-65, 1922.
Agradecimentos
Aos amigos da turma, pelo companheirismo, aos professores Robert, Olinto e Fabrício pelos ensinamentos e à Janaína por todo auxílio na condução deste trabalho.
Citação
Abreu, V. P. Cercosporiose (Cercospora melongenae): importante doença da cultura do pimentão. Biblioteca de imagens. Atualizado em 01/07/2015.
Última atualização
01/07/2015