Oídio
Relevância da doença
Oidiopsis sicula causa uma doença conhecida como oídio. O fungo ataca principalmente as folhas já desenvolvidas da cultura do pimentão e tem sido constatado com muita frequência na plasticultura no Estado de São Paulo, a partir de 1994. Como a cultura do pimentão foi inicialmente cultivada com maior intensidade sobre condições protegidas, a doença se destacou como um grande problema restrito ao cultivo desta hortaliça.
Etiologia
Agente etiológico
Oidiopsis sicula Scalia (1902) [MB#244220]
Classe: Leotiomycetes
Ordem: Erysiphales
Família: Erysiphaceae
Sinônimos
Obrigatórios:
Ovulariopsis sicula (Scalia) Cif. & Camera, Quaderno del Laboratorio Crittogamico del Istituto Botanico dell’Università di Pavia 21: 28 (1962) [MB#335501]
Hospedeiros
Capsicum annuum L. (pimentão)
Oidiopsis sicula comporta-se como um fungo polífago, capaz de infectar uma grande quantidade de plantas de diferentes espécies, e de várias famílias botânicas. Dentro da família Solanaceae, este fungo foi detectado infectando 20 espécies de importância econômica, plantas daninhas e nativas da vegetação brasileira.
Distribuição
Há relatos deste fungo no Brasil.
Características
Sintomas
Os sintomas do oídio iniciam-se por manchas amareladas na face superior da folha na maioria das hospedeiras. Na face inferior correspondente verifica-se um crescimento pulverulento esbranquiçado não muito denso. Este crescimento pulverulento é bem marcante em folhas de pimentão e em variedades suscetíveis de pimentão, quando as condições ambientais estão muito favoráveis à doença, também ocorre intenso crescimento micelial branco na face superior da folha. Quando o ataque é muito severo pode haver seca ou queda prematura das folhas.
Morfologia do fungo
Os conidióforos emergem dos estômatos, medindo de 200-700 x 3,7 a 7,4 µm, sendo alguns deles divididos em duas a três ramificações. Os conídios apresentam coloração branco palha e originam-se predominantemente solitários na porção terminal do conidióforo. O fungo apresenta dois tipos de conídios sendo o primário de formato lanceolado, normalmente com um bico apical e o secundário com formato cilíndrico a elipsoide. Os conídios primários e secundários são hialinos, de parede lisa e apresentam dimensões que podem variar de 30-80 x 12-22 µm.
Controle
Recomendações de controle não químico para a doença:
A resistência genética parece ser a medida de controle mais adequada para o controle da doença, porém, no Brasil, ainda não estão disponíveis cultivares de pimentão altamente resistentes. Devido a essa ausência de variedades resistentes, é recomendado se fazer um controle rigoroso de plantas daninhas nas lavouras a campo. As lavouras velhas de pimentão devem ser destruídas, antes de um novo período de cultivo. A adubação correta das plantas também auxilia no controle da doença. Nos plantios a campo, em regiões secas, a irrigação por aspersão pode ser uma medida auxiliar de controle uma vez que a água desaloja os esporos das folhas.
Recomendações de controle químico:
Desde que registrados, fungicidas de contato devem ser aplicados preventivamente, enquanto os sistêmicos podem ser aplicados após o aparecimento da doença. Um dos problemas no controle da doença é que muitos fungicidas atingem apenas a superfície superior da folha enquanto o fungo infecta e se desenvolve principalmente na superfície inferior. Devido a isso, quando se está utilizando um produto de contato, deve-se atentar para que a aplicação seja feita cobrindo as duas faces das folhas. Atualmente existem registrados 2 produtos no Ministério da Agricultura que podem ser utilizados nos programas de controle da doença de acordo com o site do Agrofit (http://agrofit.agricultura.gov.br).
Imagens para diagnose
Referências importantes
Braun, U. A Monograph of the Erysiphales (powdery mildews). Beihefte zur Nova Hedwigia, v.89, p.1-700, 1987.
Index Fungorum. Disponível em: www.indexfungorum.org. Acesso em 25 de junho de 2015.
Kimati, H., Amorim, L., Rezende, J.A.M., Bergamin Filho, A., Camargo, L.E.A. (Eds.) Manual de Fitopatologia. Vol. 2. Doenças das Plantas Cultivadas. 4ª. Ed. São Paulo SP. Ceres. 2005.
MAPA (Agrofit) – Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br. Acesso em 25 de junho de 2015.
MycoBank. Disponível em: http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Table=Mycobank_Advanced&Rec=246346&Fields=All. Acesso em 25 de junho de 2015.
Reis, A., Boiteux, L. S., Lopes, C. A., Henz, G. P. Oidiopsis haplophylli (Leveilula taurica): um patógeno polífago e amplamente distribuído no Brasil. Comunicado Técnico 26 – Embrapa, Brasília, DF. ISSN 1414-9850. 2005.
Agradecimentos
Aos amigos da turma, pelo companheirismo, aos professores Robert, Olinto e Fabrício pelos ensinamentos e à Janaína por todo auxílio na condução deste trabalho.
Citação
Abreu, V. P. Oídio (Oidiopsis sicula): importante doença da cultura do pimentão. Biblioteca de imagens. Atualizado em 01/07/2015.
Última atualização
01/07/2015