Mofo Cinzento

Relevância da Doença

Um dos fitopatógenos de solo mais importantes, sendo responsável por podridão de raízes e do colo, murcha e tombamento de plântulas. Possui distribuição em todas as regiões agrícolas, preferencialmente em regiões de alta umidade e temperatura elevada, como as zonas tropicais e subtropicais. Gama de hospedeira extremamente extensa, possuindo cerca de 500 espécies botânicas, incluindo dicotiledôneas e monocotiledôneas.

Etiologia

Agente Etiológico

Sclerotium rofsii

Reino Fungi, Filo Basidiomycota, Classe Dothideomycetes, Ordem Agaricales, Família Typhulaceae, Gênero Sclerotium

Sinônimos 

  1. Corticium rolfsii Curzi 1931
  2. Botryobasidium rolfsii (Curzi) Venkatar. 1950
  3. Pellicularia rolfsii (Curzi) E. West 1947

Hospedeiros

Múltiplos gêneros em múltiplas famílias

Distribuição

Cosmopolita

Características 

Sintomatologia

Os sintomas pode variar de acordo com o hospedeiro infectado restringindo as partes em do hospedeiro em contato com o solo. O ataque do fungo atinge regiões da raiz, folhas e frutos podendo ocorrer em qualquer estágio do desenvolvimento da planta. No campo, os sintomas ocorrem em reboleira.

Alguns sinais do fungo são característico para a identificação do fungo, como micélio branco e escleródios marrons que se estendem a partir de tecidos infectados.

Nas raízes e parte aérea, a doença pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento da planta. A infecção inicia-se logo abaixo do nível do solo, onde são observados o escurecimento da região do colo e a necrose das raízes. Ocorre a murcha repentina e permanente de toda a parte aérea da planta. Forma-se um bolor esbranquiçado constituído pelo micélio do fungo, com a presença de grande quantidade de escleródios os quais são esféricos, inicialmente brancos, tornando-se amarronzados com o passar do tempo.

Os escleródios produzido são utilizados como estrutura de resistência no solo e inoculo primário da doença. Esses escleródios podem existir livres no solo ou resto culturais.

O fruto torna-se levemente amarelado e apresenta ruptura da epiderme no ponto de infecção. Com a evolução da infecção, a lesão torna-se encharcada, com formato de estrela. Após alguns dias, há a formação de micélio esbranquiçado, com presença de escleródios, preenchendo a cavidade da lesão.

Morfologia do Fungo

Pelo menos dois tipos de hifas são produzidos. Grosseiros, grandes, células retas (2-9µm x 150-250µm ) têm grampos de conexão em cada formação de septos, mas podem apresentar ramificação no lugar de um dos grampos. A ramificação é comum na hifas delgado (1.5-2.5µm em diâmetro), que tendem a crescer de forma irregular e sem formação do grampo de conexão. Hifas delgado são frequentemente observados penetrar no substrato.

Escleródios (0.5-2.0 mm diâmetro) começam a se desenvolver depois de 4-7 dias de crescimento micelial. Inicialmente uma aparência branca, rapidamente aumentam concentração de melanina, assim vai para uma coloração marrom escuro. Quatro zonas no escleródio são reconhecidas quando maduro:

  1. Pele grossa,
  2. casca de células espessadas,
  3. córtex de células de paredes finas,
  4. hifas filamentosas medula.

Escleródios formando em um hospedeiro tendem a ter uma textura suave, ao passo que os produzidos na cultura pode ser furado ou dobrada. Servindo como uma estrutura de protecção, escleródios contêm hifas viável e servir de inóculo primário para o desenvolvimento da doença.

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Manejo da Doença

A principal forma de controle é o cultural, sendo que, atualmente, o controle químico não é recomendado.

As medidas de controle incluem a desinfecção química dos materiais de propagação vegetativa, o ajuste do pH do solo pela calagem, ajuste de regime de fertilizantes. Para o plantio devem ser utilizadas sementes sadias, em solo bem drenado. Alta umidade do solo, plantio denso, e irrigação frequente promove a infecção.

Deve-se também realizar rotação de cultura por grandes períodos, aração profunda para enterrar o inóculo, calagem e queima e/ou enterrio dos restos culturais. Essas medidas são tomadas visando a diminuição do nível de inóculo no local. Escleródios servem como estruturas de hibernação e o inoculo primário para a doença. Persistindo perto da superfície do solo, escleródios pode existir livre no solo ou em associação com restos de plantas. Aqueles enterrado no solo podem sobreviver durante um ano ou menos, enquanto que aqueles na superfície permanecem viáveis e podem germinar em resposta a álcoois e outros compostos voláteis libertados a partir de material vegetal em decomposição. Também é recomendada a cobertura do solo com polietileno para evitar o contato dos frutos com o solo.

Uso de equipamentos e máquinas contaminadas podem espalhar-se escleródios a campos sadios, assim requerendo desinfestação dos equipamentos e máquinas ao mudar de área de plantio.

Agradecimentos

Agradeço ao mestre Robert Barreto pela oportunidade ao aprendizado, ao mestre Emerson pela inciativa de modernização e atualização da disciplina, ao departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), aos nossos colegas da disciplina Fitomicologia (FIP-610) e ao orientador do trabalho Davi Mesquita, pela dedicação e companheirismo durante a execução deste.

Citação 

PEREIRA, H. M. B.; Mofo Cinzento em tomateiro (Lycopersicon esculentum var. cerasiforme)

Referências

http://www.extento.hawaii.edu/Kbase/crop/type/s_rolfs.htm (acessado em 26-06-15)

http://www.cals.ncsu.edu/course/pp728/Sclerotium/Srolfsii.html (Acessado em 26-06-15)

KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças do Tomateiro. em: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMNI FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.). Manual de Fitopatologia, Volume 2: Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: CERES, 1997. p.641-669.

http://www.mycobank.com (Acesso em 26/06/2015)

http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/  (Acesso em 26/06/2015)

AGROFIT (Acesso em 26/06/2015)