Septoriose ou Mancha de Septoria

Relevância da Doença

Doença particularmente severa em áreas de umidade elevada, principalmente em épocas de temperatura moderada. Nessas condições, as folhas, a partir das mais velhas, são destruídas, expondo os frutos à queima pela luz solar. O vigor das plantas e frutos também é reduzido.

Etiologia

Agente Etiológico

Septoria lycopersici

Reino Fungi, Filo Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Dothideomycetes, Ordem Capnodiales, Família Mycosphaerellaceae, Gênero Septoria

Anamórfico: Mycosphaerella

Sinônimos 

  1. Septoria lycopersici Speg. 1881

Hospedeiros

Primeiramente tomate (Solanum lycopersicum), Lycopersicon esculentum var. cerasiforme e também outras solanáceas (Solanaceae)

Distribuição

Cosmopolita

Características

Sintomatologia

Inicialmente, os sintomas aparecem nas folhas mais velhas, apresentando manchas circulares e elípticas, com o tamanho aproximado de 2 a 3 mm de diâmetro e em condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento do fungo e cultivares suscetíveis, as lesões podem atingir 5 mm ou mais de diâmetro. As manchas apresentam-se com as bordas escurecidas e o centro cor de clara, onde visualiza-se pontuações escuras que são as frutificações do patógeno e presença de um halo amarelo estreito, circundando as lesões. (Kurozawa e Pavan, 2007)

Frequentemente, há agregação das manchas, o que provoca queima intensa das folhas baixeiras e desfolha das plantas. Lesões nas hastes, pedúnculo e cálice são causadas em ataques severos da doença, onde as lesões se apresentam geralmente menores e mais escuras. Lesões no caule e cálice normalmente não apresentam picnídios, sendo estes observados nas folhas. Os frutos raramente são afetados. (Kurozawa e Pavan, 2007)

Morfologia do  Fungo

Forma se picnídios globosos de parede marrom escuro, apresentando crescimento para todos os lados (amphigenous), incialmente imerso no tecido do hospedeiro posteriormente sendo erupente. Unilocular, 80-160mm de diâmetro, com ostíolo circular relativamente grande, de até 60mm de largura, rodeado por células escuras. Seus conidióforos são curtos e os conídios são hialinos filiformes ligeiramente curvo ou mesmo sigmoide, sendo subagudo a estreito no ápice. Septação variável, podendo ter de três a doze septos com comprimento do conídio variando de 35-137mm e diâmetro de 2-3mm.

Os conídios são liberados dos picnídios através dos cirros hialinos, agregados entre si por uma substância mucilaginosa, os quais são dispersos em água e disseminados através das gotas.

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Manejo da Doença

Praticas culturais devem ser adotadas com a finalidade de controlar a doença. Umas das práticas mais comuns é a eliminação de fontes de inóculo inicial através da remoção e destruição dos restos culturais de tomate e outras solanáceas. Outra prática recomendável é a rotação de cultura com espécies não hospedeiras. Para o plantio deve-se utilizar mudas sadias, eliminando todas mudas do viveiro caso tenha sido constatada a infecção da doença. O manejo da irrigação também é uma pratica de suma importância, tentando evitar o uso de irrigação por aspersão, pois propicia condições favoráveis a infecção e ainda facilita a dispersão da doença. Outra forma de reduzir a patógeno é fornecer uma adubação equilibrada o que possibilita planta uma maior resistência em suportar a irritação.

Produtos químicos também são utilizados para o controle da mancha de septoria. Existe inúmeros fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que apresenta eficiência no controle sendo eles protetores ou sistêmicos. Fungicidas de contato exibe uma menor eficiência por serem facilmente removidos pela água de chuva ou irrigação por aspersão.

Agradecimentos

Agradeço ao mestre Robert Barreto pela oportunidade ao aprendizado, ao mestre Emerson pela inciativa de modernização e atualização da disciplina, ao departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), aos nossos colegas da disciplina Fitomicologia (FIP-610) e ao orientador do trabalho Davi Mesquita, pela dedicação e companheirismo durante a execução deste.

Citação 

PEREIRA, H. M. B.; Mancha de Septoria em tomateiro (Lycopersicon esculentum e Lycopersicon esculentum var. cerasiforme)

Referências

http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/ (Acesso em 16/06/2015)

http://www.mycobank.com (Acesso em 16/06/2015)

AGROFIT (Acesso em 16/06/2015)

http://fitopatologia1.blogspot.com.br/2010/04/septoriose-do-tomateiro.html (Acesso em 16/06/2015)

PEREIRA, R.B.; CARVALHO, A.D.F.; PINHEIRO, J.B. em Comunicado Técnico: Recomendações para o Manejo da Septoriose em Tomateiro. EMBRAPA, n.96, 2013.

REIS, A.; BOITEUX, L.S.; LOPES, C.A. em Comunicado Técnico: Mancha-de-Septória: Doença Limitante do Tomateiro no Período de Chuvas. EMBRAPA, n.37, 2006.

KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.). In: Kimati, H.; Amorin, L.; Bergamin Filho, A.; Camargo, L.E.A.; Rezende, J.A.M. (eds.). Manual de Fitopatologia. v.2 – Doenças das plantas cultivadas. Piracicaba, Ceres, 1997. p.690-719.