Em janeiro deste ano, a pesquisadora Letícia Monteiro conseguiu o que faltava para completar sua primeira grande meta de carreira na fitopatologia: levar para o campo o conhecimento adquirido ao longo dos anos de doutorado e pós-doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia ( PPG Fitopatologia). Nascida no Maranhão, Letícia sempre quis a oportunidade de aplicar a ciência na realização de um trabalho que pudesse fazer a diferença. “Eu me sinto muito privilegiado por ter conseguido me encaixar no mercado de trabalho fazendo o que eu escolhi, aplicando o que estudei, e num projeto que é tão relevante.”
Há quase seis meses, Letícia presta serviço, via Unicampo, para a Estação Quarentenária da Syngenta Seeds, multinacional dedicada a sementes e defensivos agrícolas. “A gente tem a missão de receber sementes de diversas culturas, vindas de vários países e avaliar se estão livres de patógenos que podem ameaçar a produção nacional”, conta. Para chegar ao posto, Letícia acreditava que seu currículo e habilidade de pesquisa eram essenciais. “Eu cheguei ao mercado de trabalho atualizado com as tecnologias, e isso com certeza me trouxe competitividade. Além disso, o currículo que construiu durante este tempo, publicando em revistas boas, fez diferença.”
A história acadêmica de Letícia começou ainda em São Luis, na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) , onde ela cursou a faculdade em Agronomia. Logo depois, ela já sabia que seguiria o caminho da fitopatologia, e cursou mestrado em Recife, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) . “Quando eu estava finalizando o mestrado, ia fazer seleção para cursar lá mesmo o doutorado, mas uma conhecida falou que a UFV estava com vagas abertas. Eu nunca tinha planejado sair de lá, mas pensei: ‘por que não?’.” Pouco tempo depois, Letícia foi aprovada para o doutorado, e precisou acelerar a defesa da dissertação para se mudar para Viçosa.
No PPG Fitopatologia, Letícia trabalhou sob orientação do professor Jorge Luis Badel , com foco em bacteriologia. No doutorado, ela desenvolveu um estudo avaliando diversos aspectos da resistência do feijoeiro à bactéria Xanthomonas citri pv. fuscanos . “O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores do feijão do mundo, e essa bactéria limita a produção. Verificamos vários aspectos em busca de compreender melhor a resistência para poder atuar de forma mais eficiente na defesa da planta”, explica Letícia.
Excelência
Nos dois anos de pós-doc, ela seguiu com a discussão nesta linha, mas também teve a oportunidade de acompanhar mais de perto e participar de trabalhos feitos por colegas de laboratório. “Eu posso dizer que, basicamente, eu sou outra pessoa depois destes anos no PPG”, resume ela. “Pode soar meio clichê, mas é porque durante este tempo do doutorado, a gente não aprende só ciência. A gente aprende sobre profissionalismo, sobre excelência, que é uma coisa fundamental na Fitopatologia.”