imagem_LilaPrelecionista: Lila Soares Lima
Orientador: Emerson Medeiros Del Ponte
Data: 28/06/23, às 14h
Via Google Meet*

Resumo: As ferrugens da figueira e da amoreira são causadas pelo fungo Cerotelium fici e seus sintomas em folhas podem levar à queda precoce das folhas. O estudo objetivou caracterizar: 1) os aspectos morfométricos dos urediniósporos durante o processo germinativo de isolados oriundo da figueira e da amoreira; e 2) os processos de infecção, colonização e reprodução do patógeno por meio de experimentos de inoculação cruzada, ou seja, figueiras e amoreiras foram inoculadas com isolados de C. fici provenientes de figueira e amoreira, formando combinações co-específicas e heteroespecíficas. As avaliações de germinação de urediniósporos e formação de apressório do fungo foram realizadas por meio de micrografias obtidas por microscopia eletrônica de varredura. Cinco plantas sadias de cada hospedeiro foram inoculadas com suspensões de esporos e mantidas em casa de vegetação, em experimentos repetidos uma vez. Foram avaliados o período de incubação, o número de lesões por folha, a severidade da doença, em percentagem de área foliar afetada, e o número de esporos nas lesões. Urediniósporos foram coletados para avaliações morfométricas, e a colonização do tecido foliar foi realizada ao final do experimento com medida de área da lesão antes e depois da coloração com azul de tripano. Os resultados mostraram que a germinação dos urediniósporos foi elevada (>78%). No entanto, a formação de apressórios foi baixa na amoreira (<5,8%) quando inoculada com o isolado oriundo da figueira. Os urediniósporos apresentaram valores semelhantes de comprimento (21,9-25 µm), largura (17,2-18 µm) e espessura (~0,9 µm) da parede celular. As áreas das lesões antes e após a coloração foram sempre menores em amoreira do que em figueira. O número de lesões por folha variou, sendo consistentemente menores em plantas de amoreira (5,67 a 553,87) e do que em figueira (89,33 a 5180,9). A severidade variou conforme o hospedeiro e as condições ambientais, sendo de 0,047-8,4% e 8,4-32,2% para amoreira e figueira, respectivamente. Conclui-se que o isolado da amoreira é capaz de infectar a figueira, mas o isolado da figueira não é capaz de infectar a amoreira, sugerindo um possível mecanismo de defesa. A figueira foi mais suscetível aos dois isolados do que à amoreira. Descarta-se a hipótese de que a ferrugem da amoreira tenha surgido por meio de uma migração do patógeno da figueira.

Palavras-chave: Cerotelium fici, Ficus carica, Morus nigra, infecção cruzada.

* Os interessados, que não pertencem ao PPG-Fitopatologia, devem solicitar o link através do e-mail lila.lima@ufv.br.