Prelecionista: Caio Mattos Pereira
Orientador: Robert Weingart Barreto
Data: 06/06/2023, às 16h, no Anfiteatro do ESB
Em 1987, um grupo de pesquisadores japoneses descobriu, no genoma de Escherichia coli, sequências de DNA misteriosas que, anos depois, viriam a ser denominadas como CRISPR (do inglês ‘Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats’) e identificadas como parte de um mecanismo de defesa contra vírus e plasmídeos, também composto por proteínas Cas (do inglês ‘CRISPR associated’). A combinação CRISPRCas é parte do sistema imune adquirido presente em muitas bactérias e na maioria das arqueas. Passados 25 anos, o mecanismo procarioto foi adaptado e programado para clivar sequências específicas de DNA, o que rendeu às líderes do trabalho o Prêmio Nobel de Química, em 2020. Ao viabilizar a edição do material genético de forma precisa, acessível e rápida, CRISPR-Cas se tornou uma versátil e revolucionária ferramenta molecular. A técnica vem sendo empregada em diversas áreas, e hoje permite a manipulação genética de animais, plantas e microrganismos. Na fitopatologia, CRISPR-Cas ganha cada vez mais espaço e importância e tem facilitado o desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas. Ao
longo deste seminário, serão abordados os mecanismos moleculares por trás do funcionamento da técnica e como CRISPR-Cas tem sido empregada em diferentes linhas de pesquisa, como no entendimento das interações patógeno-hospedeiro, no
melhoramento genético visando à resistência e no desenvolvimento de metodologias para detecção de fitopatógenos. Para que CRISPR-Cas possa ser utilizada em larga escala ainda é preciso que alguns desafios e limitações sejam superados, os quais
também serão discutidos neste seminário. No entanto, a ferramenta traz consigo vantagens e oportunidades capazes de impactar positivamente os estudos relacionados às doenças de plantas.