Seminario_Bruno

Doutorando: Bruno Wesley Ferreira. (06/11/2018, às 16:00 horas no Anfiteatro do ESB). Orientador: Robert Weingart Barreto. A definição de tipo nomenclatural é um dos conceitos mais importantes na nomenclatura biológica. Tipos de espécies de qualquer grupo de organismos são objetos físicos que são escolhidos pelos autores de nomes e devem estar disponíveis para serem re-estudados por outros pesquisadores. Os tipos ligam permanentemente a taxonomia com a nomenclatura e tornam os nomes propostos passíveis de exames por outros cientistas, fundamental para a transparência e avanço científico. Duas propostas foram feitas, recentemente, para alterar o Código Internacional de Nomenclatura para algas, fungos e plantas (ICN) que mudariam esse paradigma. Ambas propunham que sequências de DNA (de qualquer região e extensão) passassem a ser aceitas como tipos de nomes de taxa de fungos (principalmente para táxons putativos para sequências de DNA ambientais). Estas propostas foram submetidas para votação no 11º Congresso Internacional de Micologia (Porto Rico, julho de 2018). A avaliação das propostas foi antecedida de debate acalorado em várias publicações, discutindo as vantagens e ​​problemas do uso de DNA como holótipos. Dentre os pontos questionados estão: i) O ITS (barcoding usado para fungos) seria apropriado para a delimitação de taxa? ii) Existiria risco da introdução de artefatos como a proposição de novas espécies fúngicas mitológicas (unicórnios fúngicos)? iii) Existiria consenso sobre o tipo de dados ou a quantidade necessária para a delimitação de espécies? iv) Tipos baseados em sequência são verificáveis e reproduzíveis? v) Os grandes laboratórios de micologia (sobretudo em países desenvolvidos) seriam privilegiados com tal mudança? vi) Permitir tipos baseados em sequência seria prejudicial para a micologia como disciplina? Estes e outros pontos foram debatidos antes do congresso e resultaram na refutação das duas propostas pelos votantes no 11º Congresso Internacional de Micologia. No entanto, dada a importância e complexidade do assunto, é de se esperar, que tais propostas sejam reintroduzidas para votação futuramente. Vanguardistas não desistem facilmente.