Um grupo de pesquisadores vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia acaba de publicar um artigo apontou o Solanum betaceum , popularmente conhecido como tomate de árvore, como hospedeiro de Colletotrichum karsti, fungo que causa antracnose. A ciência da etiologia é essencial para a implementação de estratégias de manejo controlado do fungo, que no Brasil já foi relatado em plantas com grande importância econômica, como a Mangueira, a Videira, a Cattleya walkeriana e o Mamoeiro. 

“A antracnose é uma das doenças mais importantes na pós-colheita, além de ser um fator limitante para a exportação de frutos de manga e banana, por exemplo. Ela causa grandes perdas na produção de diversas culturas todos os anos”, diz André Rosado , mestre e doutor pelo PPG Fitopatologia. Hoje em dia, ele explica, o manejo da doença é feito com o uso de variedades resistentes, com o controle cultural (adubação equilibrada, eliminação de restos culturais, podas de formação e limpeza em frutíferas, manejo da irrigação) e com o controle químico .

A informação de que o tomate de árvore atua como hospedeiro do fungo serve de alerta para produtores de áreas em que uma espécie ocorre junto a plantas comerciais. “O fungo pode sair do tomate de árvore e ir, por exemplo, para uma mangueira ou uma videira, seja pela água de chuva ou pela irrigação. Também pode ocorrer do produtor aplicar um fungicida somente na planta comercial, sem se dar conta de que o tomate de árvore pode manter o fungo ativo na área”, explica o pesquisador.

O trabalho que deu origem ao artigo surgiu no período de doutorado do André, quando ele cursava a disciplina “Manejo integrado de Doenças de Plantas”, ministrada então pelo professor Laércio Zambolim , hoje aposentado. “Eu e o Isaías Cacique encontramos a doença no campo. Eu fui pesquisar, por curiosidade, e vi que não havia esse registro no Brasil. ) , e hoje somos todos autores do trabalho.” Além de André, Isaías e dos orientadores Laércio e Olinto, assinam o artigo o mestrando Danilo Ramos e o doutorando Fábio Custódio .

Ainda pouco conhecido pela população brasileira, o tomate de árvore é amplamente cultivado na América do Sul, especialmente na Colômbia, Peru e Equador. No Equador, uma fruta é popularmente utilizada no tratamento antimicrobiano/anti-inflamatório para dores de garganta e gengivas inflamadas, além de ser consumida para baixar o colesterol. Na Colômbia, seu maior produtor mundial, é conhecido como tamarillo.