Morando nos Estados Unidos desde 2021 , o pesquisador Jhonatan Barro realizou na última sexta-feira, 18 de novembro, o seminário de apresentação de sua pesquisa e a defesa de sua tese, “Epidemiology and management of frogeye leaf spot of soja: damage thresholds, Effectiveness e rentabilidade de fungicidas foliares”. Com isso, Jhonatan conquista dupla titulação, tornando-se doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia da UFV e pela University of Kentucky , EUA.
No trabalho, o pesquisador apresenta os limiares de dano da mancha olho de rã, causado pelo fungo Cercospora sojina , nas plantações de soja e também dados sobre a eficácia e rentabilidade de fungicidas foliares no manejo da doença. “É uma doença de grande importância econômica nos EUA e também existente no Brasil, embora em menor escala. guiar o manejo, para auxiliar na tomada de decisão dos produtores”, avalia.
A tese traz uma abordagem metanalítica aplicada a um conjunto de dados obtidos em oito estados produtores de soja nos EUA, sob orientação dos professores Emerson del Ponte , do PPG Fitopatologia, e Carl Bradley , da University of Kentucky . “Eu comecei a receber esses dados em 2019, ainda no Brasil, e a partir de 2020 trabalho a fundo neles. A oportunidade acabou sendo determinante e moldando a tese, unindo o conhecimento que adquirir no Brasil com as informações disponibilizadas pela equipe americana”, explica o pesquisador.
Entre as informações fornecidas pelo trabalho aos produtores de soja está o fungicida mais eficaz no combate à doença e parâmetros de cálculo do impacto dela por área atingida. ” Um dos capítulos é dedicado a estimar as perdas de produtividade com base na gravidade da doença. Estimamos que para cada 1% de aumento na gravidade da doença, a perda de produtividade esperada é de 0,51%. Um exemplo: se a gente tenha um campo que vai produzir 4 mil quilos de soja por hectare, e se você tiver 10% da doença, a perda estimada é de 200 quilos por hectare. ”
Jhonatan é o segundo estudante do PPG Fitopatologia a receber a dupla titulação. “Quando decidir por isso, imaginava que as vantagens seriam participar de um outro ambiente acadêmico, outro laboratório, e expandir as oportunidades de pesquisa, e foi exatamente isso que aconteceu. Aprendi muito durante o processo, fiz disciplinas que não são oferecidas no Brasil, houve uma complementação real para a minha formação”, avalia o pesquisador. Na banca, além dos dois professores orientadores, também estiveram presentes Lisa Vaillancourt, Kiersten Wise e Carrie Knott , da UK.
No próximo mês, o pesquisador retorna ao Brasil, de onde vai decidir seus próximos passos. “Eu tenho três propostas de pós-doc para avaliar, todas nos EUA, mas também me interessa muito conseguir uma oportunidade na indústria, então vou avaliar tudo com calma.” Segundo Jhonatan, todas as oportunidades oferecidas a ele são frutos das conexões que ele teve a oportunidade de construir em congressos e outros eventos. “Ambos os meus orientadores sempre me incentivaram muito a participar de eventos, expor minha pesquisa, trocar ideias, e não há dúvida de que estou colhendo os frutos.”