O mestrando Danilo Oliveira Ramos, do PPG Fitopatologia, teve seu pôster premiado no Simpósio de Microbiologia Agrícola (V Smagro), na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, entre os dias 11 e 14 de abril. O trabalho intitulado “Dark septate endophytes on the spotlight: Two new species of Cladophialophora associated with roots of Cattleya locatellii in Brazil”, assinado também pelos pesquisadores Luís Gustavo Silva, Pedro Thiago S. Nogueira, Emiliane Fernanda Silva Freitas e pelo professor orientador Olinto Liparini Pereira, foi considerado o melhor da área de microbiologia ambiental.
O trabalho faz parte do projeto “Taxonomia e filogenia molecular de fungos micorrízicos, endofíticos e fitopatogênicos associados à família Orchidaceae” financiado pelo Programa PROTAX do CNPq (441384/2020-0), do Laboratório de Micologia e Etiologia de Doenças Fúngicas de Plantas, e apresenta duas novas espécies de fungos do gênero Cladophialophora (ainda não nomeadas) com potencial para atuar como promotoras de crescimento de orquídeas. As espécies foram encontradas nas raízes de Cattleya locatellii coletadas na Serra do Brigadeiro, em Minas Gerais.
A hipótese apresentada no trabalho é de que a espécie, ameaçada de extinção, esteja recebendo a contribuição do fungo para sobreviver a condições ambientais pouco favoráveis. “Essas duas espécies são de um grupo de fungos que são encontrados geralmente em raízes de plantas diversas, e eles geralmente atuam ajudando a planta a suportar o estresse abiótico – uma condição mais difícil pra planta sobreviver, como a seca, ou um frio mais intenso. Essa planta ocorre sobre pedra, a uma altitude elevada, e entendemos que este fungo provavelmente está ajudando-a a sobreviver”, explica Danilo.
A busca por fungos com potencial de atuar como promotores de crescimento de orquídeas é uma das frentes de trabalho do laboratório, com o objetivo de contribuir não só para a preservação de espécies ameaçadas, como também para o mercado mundial de orquídeas e outras plantas ornamentais. “É um projeto que nasceu voltado para a taxonomia, mas são tantos os fungos novos que agora estamos buscando a aplicabilidade deles. As orquídeas têm um crescimento bem lento, então a perspectiva de estes fungos estarem ajudando no ritmo de crescimento delas é de grande interesse.”